terça-feira, 6 de julho de 2010

Anacardium occidentale L.


Nomes populares: acajaíba, acaju, acaju-açu, acajuba, acajuíba, cacaju, caju, acaju-pakoba, caju-banana, caju-da-praia, caju-de-casa, cajueiro, caju-manso, caju-manteiga.

Características gerais: árvore com copa baixa, de 5-10 m de altura. Folhas simples, de 8-14 cm de comprimento. Flores pequenas, perfumadas, vermelha a púrpura, dispostas em panículas terminais. Fruto reniforme do tipo aquênio, vulgarmente conhecido como castanha, cujo mesocarpo contém um óleo resina cáustica, conhecido como LCC (líquido da castanha do caju); no seu interior encontra-se uma amêndoa oleaginosa, comestível. O caju é o pedúnculo floral que se desenvolveu formando um pseudofruto carnoso. Seu tronco exsuda uma secreção gomosa, que fica sólida depois de seca, denominada resina-de-cajueiro. Ocorre no estado nativo nos campos e dunas da costa norte do Brasil, especialmente nos estado do Maranhão, Piauí e Ceará.

Usos: o cajueiro era usado pelos índios do nordeste do Brasil desde a época pré-colombiana. Na época da safra ocupavam as praias para beber o mocororó que é o suco da fruta fermentado, faziam e armazenavam a farinha de caju preparada com as amêndoas assadas ao fogo e moídas junto com a polpa da fruta depois de espremida e dessecada ao sol. Ainda hoje, o caju é usado como alimento in natura ou na preparação de doces caseiros, sucos e sorvetes, bem como da popular cajuína, que é o suco puro de caju destanificado e esterilizado. Apenas uma pequena parte de sua grande safra é aproveitada pela indústria de processamento do caju. A goma purificada é usada pela indústria farmacêutica como agregante em comprimidos no lugar da goma-arábica produzida na África. Nas práticas da medicina caseira são usadas preparações de uso oral, feitas com a entrecasca, a goma e o LCC, de acordo com a tradição e tidas como antidiabética, adstringente, antidiarréica, depurativa, tônica e antiasmática. Para uso externo é recomendado o uso do cozimento da entrecasca, em bochechos e gargarejos, como anti-séptico e antiinflamatório nos casos de feridas e úlceras da boca e afecçõesda garganta, embora sua eficácia e segurança terapêutica ainda não tenham sido comprovadas cientificamente. A água do cozimento das cascas é usada pelos jangadeiros nordestinos para tingir suas roupas de trabalho no mar. O LCC causa forte irritação na pele, deixando cicatrizes quase indeléveis que os jovens usam para fazer um tipo primitivo de tatuagens. Ensaios farmacológicos em laboratório demonstram que o LCC tem propriedade anti-séptica com atividade sobre os microrganismos responsáveis, respectivamente pela cárie dental (Streptococcus nutans) e pela acne (Propionibacterium acnes). Demonstratam também atividade vermicida e moluscida, além de relativa eficiência no tratamento da lepra, eczema, psoríase e filariose, mas se mostrou tóxico para os animais da experiência. Na casca desta planta forma detectados esteróides, flavonóides, tanino, catequina e outros fenóis; nas folhas jovens é mencionada a presença de vários flavonóides, galatos de metila e etila. O aroma do caju é dado pela presença de hexanal, car-3-eno e limoneno. No suco do caju foram detectados ainda vitamina C, tanino, açúcares, carotenóides e pequenas quantidades de ácidos orgânicos e proteínas. Dentre os vários subprodutos do cajueiro, destaca-se, do ponto de vista econômico, a amêndoa da castanha como complemento alimentar e aperitivo, o LCC pelo seu uso na indústria de polímeros usados para fabricação de móveis e lonas de freio de veículos automotivos. A casca da castanha contém além do LCC, flavonóides, ácidos gálico e siríngico e (+)-galocatequina, enquanto o tegumento, isto é, a película que envolve a amêndoa, encerra beta-sitosterol e a (-)-epicatequina, substância com forte propriedade antiinflamatória. A amêndoa contém 45% de óleo fixo de alta qualidade, proteínas, esteróides, triterpenóides e tocoferóis, sendo empregada em pequenas doses (5-6 amêndoas) diárias para fazer baixar o colesterol e os triglicerídeos do sangue.

Fonte:

2 comentários:

  1. Prezado Sr. Caio,
    excelente reportagem. Gostaria de saber se me autoriza a utilizar a foto para fazer uma apresentação científica internacional em Berlin em Maio de 2017.
    Aguardo contato.
    Prof. Dênis Pires de Lima
    INQUI- Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
    dpireslima@gmail.com

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  2. Mas o cajueiro é nativo do bioma caatinga? Estou querendo fazer reflorestemanto de áreas degradadas da caatinga, tenho mudas de sabiá, caraibeira, carnaúba,umbuzeiro é Juréia, é tbm possuo cajueiro Mas não plantei pois não sei se é nativo da caatinga, sei que é nativo de zonas litorâneas. Pode me tirar essa dúvida, se ele é nativo da caatinga?

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